segunda-feira, 30 de maio de 2011

Popville by Anouck Boisrobert and Louis Rigaud






Sinopse
Ao enveredar pela técnica pop-up, alguns autores não têm conseguido resistir à construção de uma espécie de livro-espectáculo, onde cores, formas e volumes se atropelam e lutam ruidosamente entre si até não restar um único espaço de silêncio e respiração. Tavez isto explique a recepção que Popville teve a nível mundial. Um livro que surgiu contracorrente, numa verdadeira lição dessa rara sobriedade e elegância gráfica. Uma espantosa estreia de Anouck Boisrobert e Louis Rigaud.
Quem já o fez, sabe que basta abrir a primeira página deste livro, onde a quietude de uma paisagem pontificada por uma igreja isolada, acompanhada por algumas árvores, é um primeiro parágrafo extremamente bem conseguido de uma narrativa sobre a evolução de uma paisagem urbanística, desarmante na sua simplicidade, onde sentimos a passagem do tempo página após página.

Uma metamorfose feita de cores e volumes sóbrios, num verdadeiro documentário gráfico sobre a construção de uma comunidade que depois de nos oferecer o seu coração, o seu núcleo inicial, na primeira página, nos convida, algumas páginas mais à frente, a experienciar o frenesi de uma grande metrópole, com as suas inúmeras ruas, caminhos de ferro, fábricas, estações e prédios.
No final, o carácter poético do texto de Joy Sorman cumpre sabiamente um papel de continuidade e complementaridade com aquilo que acabamos de assistir: uma viagem pelo tempo, uma curta metragem onde cada leitor define o seu guião e a sua banda sonora, à medida que cidade cresce e ecoa em si.

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